sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Resenha de Banheiro e Papo de Bar

Por Reginaldo Santos

Lembro-me quando criança da curiosidade que me despertava aqueles homens de bigode e boina nas esquinas da cidade, com uma caixa coberta por um pano preto em cima de um tripé tirando fotos de transeuntes. O fotógrafo lambe-lambe (profissional quase extinto) mexia com nossa imaginação nas várias teorias que se desenrolavam em torno do que acontecia ali dentro, quando cobria a cabeça e tirava a foto era uma mistura mágica – metade homem, metade máquina – que se transformavam numa só coisa (monstro, desenho animado).

A Cia. Artística Lamparina parece ter percebido a magia contida nessas caixas, rompem os limites do palco e levam o Teatro lambe-lambe a qualquer espaço que quiserem (desde que tenha um metro quadrado). Tudo que precisam é da curiosidade das pessoas, não importa a idade todos querem descobrir o que há entre a caixa e o manipulador. De maneira delicada e bem humorada os artistas contam pequenas histórias para uma pessoa de cada vez, uma experiência ao mesmo tempo íntima e efêmera.

Foto: Daniel Protzner
La dentro, personagens construídos a partir de formas animadas nos contam duas histórias. A primeira acontece num bar onde dois amigos discutem qual a melhor cerveja, não fosse pela influência da propaganda da televisão, teriam eles opinião própria? Depois, no banheiro, descobrimos como enganar as mamães ligando os chuveiros e fingindo que estamos no banho. A novidade é que não desconfiávamos que as mamães pudessem fazer o mesmo. A verdade é que tanto no bar, como no banheiro, somos os donos da verdade!

Fica aí a sugestão da Cia. de Jaraguá do Sul, podemos criar novas maneiras de levar a experiência do teatro para qualquer parte, no caso do Teatro lambe-lambe teremos a garantia de sucesso de público em todas as sessões.

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